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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rio Seco




“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.”
  Carlos Drummond de Andrade



Se ela o ferir mais não vai se perdoar por isso...
Ela se perdoará por está ferindo quem a ama?
Ambos machucam-se. Ele sofre com o sofrimento dela e ela com o dele.
O verbo amar mesmo que seja conjugado no passado soa como belo!
Ele almeja conjugá-lo no presente e no futuro, no entanto quem ama, 
Ama alguém/algo, sem ela a frase fica sem sentido. "Ele ama...".
Ele teve um sonho bom, sonhou em viver ao lado dela 
E compartilhar suas conquistas e sorrisos,
Contudo as coisas boas não estão destinadas a ele.
Sua sina é o calvário, apenas a morte pode abrandar seu corpo do tormento.
A vida é um rio. Este secou em razão de uma pedra que impediu o percurso da água. Resta apenas um terreno rachado onde antes a água contente corria da mesma forma todos os dias. A floresta verdejante tornou-se um conjunto de árvores secas.
Canto de pássaro algum não pode ser ouvido na alvorada. 
Vendo isto um poeta diria: “as aves que aqui gorjeavam, 
em algures nenhum existirá gorjeio como de cá.”. 
O perfume das flores murchas é o aroma da decadência.
É melhor retirar a pedra ou deixá-la no caminho?
Viver sempre valerá a pena?
Viver por um emprego bom... Por uma faculdade...
Isso ele não pode chamar de vida. Isso é uma vida vazia.
Vida vazia não é vida. Uma vida vazia é pior do que a morte.
Viver sempre valerá a pena?
É melhor retirar a pedra ou deixá-la no caminho?
Deixar o rio andar como antes ou deixá-lo seco?
Uma vida vazia é pior do que a morte.
                                                                Clayton Levi

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