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domingo, 6 de abril de 2014

Lúcida Loucura


"(...) Uma parte de mim
pesa, pondera:

outra parte
delira. (...)". Ferreira Gullar



Autoconhecimento é tudo. 
O tudo é nada. O nada ocupa tudo. 
Quanto mais leio, quanto mais conhecimento adquiro,
Tomo conhecimento de que não sei nada.
Isto é um clichê, eu sei.

"Só sei que nada sei", a máxima socrática é fascinante.
O tudo é nada. O Nada ocupa tudo.
O nada que possuo é tudo que tenho.
Nessa lúcida loucura dentro de mim sigo acalentando a vida. 
Vivo a vida sem leme, contudo sei onde quero chegar. 
Sou alheio a mim. 
Sou um conjunto com um outro eu que não sou eu.
Sou um eu que está em outro corpo, mas que também sou eu.O outro neste caso não seria apenas uma sinonímia de mim?
Como posso estar tão longe de mim e ao mesmo tempo perto?
Eu sou o outro ou outro sou eu?
"Sintonia transcendental", diz o meu outro eu
Para descrever essa velocidade de acontecimentos,
V
ínculo que se formou de repente,
Em uma noite avulsa da minha existência.
O outro sou eu, eu sou o outro.
           
   - Clayton Levi

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Aposentei a minha melancolia existencial



           Aposentei a minha melancolia existencial. Pendurei a minha rotina no cabide, ajustei-a entre as roupas rotas do desgosto de ontem e da jaqueta do rancor de outrora, no interior do guarda-roupa dos maltrapilhos. 
         Agora à tarde, despido desses males, li o mantra do poeta: "Não importa a distância que nos separa, há um céu que nos une.", inclusive existe um sentimento que mantém o nosso elo imaculado, minha felicidade do sorriso lindo. 
            O meu bem-querer por ti foi imortalizado dentro de mim tal qual um momento inesquecível em uma fotografia, um retrato que guardamos na cabeceira para contemplarmos com alegria a fim de sabermos que tudo compartilhado na imagem foi real e não apenas um sonho do qual despertamos frustados por ele ter sido apenas uma fantasia.

- Clayton Levi