A odisseia da existência
A vida é uma viagem épica que flerta com o desconhecido. Uma jornada repleta de aventuras como "A Odisseia" de Homero. Há momentos dela que nos deparamos com belezas da realeza e sentimos vontade de nos prostrarmos perante ela por ser tão surreal. Há instantes que estamos aprisionados na obscuridade de uma caverna, temos medo que um ciclope dantesco e antropófago esmigalhe nossos crânios como os dos nossos companheiros de viagem esfacelados pela gigante criatura. Por nosso desejo pela sabedoria podemos passar anos perdidos, à deriva, no mar da existência. Ora em terras ermas onde o desespero impera, ora percebendo que numa ilha remota de prazeres visuais extraordinários pode haver perigos dissimulados como Circe, uma ninfa de formosura símile ao que há de mais no belo mundo, que pode transmutar o nosso destino em suíno, caso não tenhamos a audácia de conquistá-lo mantendo o foco nele e observando o mundo além das aparências. No decorrer da nossa viagem, perderemos amigos para diversos monstros, isto é inevitável. Devemos saber que fizemos tudo para salvá-los, no entanto não temos o poder de Zeus para realizar o irrealizável. Temos que continuar a jornada sem nossos amigos. É na escuridão que conhecemos a força da luz. Quando o nevoeiro se esvai conseguimos enxergar, para isso acontecer é preciso ter paciência.
A vida nos solicita calma para nos permitir contemplar o que
realmente importa. Ao cruzarmos um lugar desconhecido dentro de nós
mesmos é que nos encontramos de verdade. É necessário ponderar bastante antes de tomar uma decisão. Necessitamos estar firmes para guiar o leme da vida - sempre com ânimo -, com a finalidade de enfrentar
os tempos tempestuosos e continuar a busca pelo lugar desejado.
É preciso acostumar-se com a imensidão do oceano de escolhas, ao nosso
derredor, sabendo que ventos que estão ao nosso favor nem sempre nos
guiam para uma ilha paradisíaca.
- Clayton Levi
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