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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Infância

"Amor que em minha mente raciocina"¹. - Dante Alighieri.


              Nesses tempos onde é mais fácil apontar um erro do que oferecer uma mão para retificá-lo, guardo o doce sabor da infância em cada detalhe simplista: em um copo de leite quente, delícia relaxante; no jambo adulto que acaricia o meu paladar; na rememoração da árvore-constelação que se encontra no quintal da casinha (outrora amarela), - ah! Fico em deleite ao tomar suco de carambola -; em cada estrela fatiada uma lembrança, em cada lembrança uma saudade, em cada saudade um motivo para sorrir. Não haviam momentos de inquidade: tudo era dissipado com abraços e afetos. Como queria ter o poder de cada instante restituir. Como queria sentir o abraço acolhedor da minha ímpar vovó a embotar todos os meus pesares. Para a vida ulular nos tempos de criança era coibido.   

- Clayton Levi

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 ¹ ALIGHIERI, Dante. Divina Comédia. Inferno V. Trad. de J. P. Xavier Pinheiro. São Paulo: Martin Claret, 2004. p.197.

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