Amor incondicional existe. Chegar em casa e contemplar dois livros novíssimos no chão, dentre eles um semi-molhado por um líquido transparente que causa Alzheimer. Qualquer resquício de sono se esvaiu instantaneamente ao presenciar essa cena horrenda. Cogitei a possibilidade de assassinar toda a linhagem do culpado em sua presença, antes de testar as novidades do âmbito da tortura nele. Descobri quem cometeu esse crime imperdoável. Não consegui sentir uma gota de ira dela, algo incomum, afinal trucidaria qualquer um que fizesse uma mera orelha em um livro meu. Em vez disso abracei Capitu como se minha vida dependesse de tal ato. Em seguida, sorri e pensei: como a vida é maravilhosa!
(Clayton Levi, 17/10/15)
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