terça-feira, 23 de junho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
“O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede:
conheço um que já devorou três gerações da minha família.”.
- QUINTANA, Mario.
Tempo? O Tic-tac na parede do meu quarto agora é mudo. Contudo, tenho um lembrete constante da passagem das horas silenciosas e letais: pousando minha mão em meu peito "escuto" o tiquetaquear do meu coração. Algumas vezes, pode ser demasiado tarde para assassinar a saudade de algo/alguém. Até semear uma palavra amiga ou falar umas "verdades" possuem um prazo de validade. Então, vamos viver e não apenas existir: que a nossa vidafruta tenha plenitude por desfrutarmos dela a cada pedaço suculento como se fosse o derradeiro!
Clayton Levi
(De)lírio
(De)lírio: esta formosura
É perpetuada pelas primaveras.
Está estampada a efígie da ternura
Nos campos florais através das eras.
Distante de ser apenas uma savana,
É a natureza em forma humana:
Na pele tem a cor da lua.
Aurora boreal: nua.
Tem o aroma de terra molhada.
O céu azul compactado no olhar,
A expressão facial é ensolarada
E o corpo tem as curvas do mar.
Em cada carícia labial uma ígnea presença.
Delas brotam, entre as pernas, uma foz.
Há uma lira pastoril na voz.
No amor eterno tem a crença.
No sorriso pérolas incrustadas.
Musa com o toque de Midas
Transforma com seu leve tato o simples em ouro.
Notívagos costumes de um pássaro mouro
Que desfruta desse presente da natura
Sem medo de macular sua alvura.
Pêssego genital: iguaria edênica.
Perfeição da botânica.
Clayton Levi
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